sábado, 29 de outubro de 2011

Manter a saúde bucal é essencial durante a gravidez


No período em que as atenções são todas voltadas para o bebê, descuidar do acompanhamento odontológico pode ser um erro grave

Desde os primeiros dias de gravidez a mulher já está preocupada com todos os cuidados que deverá ter com o novo membro da família e aguarda ansiosamente pelo nascimento do filho. Com toda a dedicação voltada ao bebê, é comum que se esqueça de cuidar corretamente dos dentes, mas é preciso manter-se atenta: as típicas alterações hormonais deste período também afetam a saúde bucal da gestante.

Tem quem diga que “a cada gravidez se perde um dente”. Para a odontopediatra e consultora da Associação Brasileira de Odontologia Silvia Chedid, é possível – e necessário – prevenir-se para que o dito popular não venha a calhar. “No período de gestação ocorrem alterações que podem causar problemas gengivais, por isso é preciso seguir uma orientação adequada desde o início, para não ter a saúde bucal prejudicada”, afirma.

Segundo ela, a gengiva acaba se tornando uma grande vítima neste período. Na gravidez, além de algumas mulheres terem dificuldades para enfrentar alguns sabores, pela ocorrência de alterações salivares que interferem no paladar, alguns problemas gengivais podem ocorrer pelo aumento da sensibilidade na área: “Por esta razão a higiene muitas vezes é deixada em segundo plano, já que a escovação machuca, a sujeira então acaba acumulando e a probabilidade de surgirem problemas odontológicos aumenta”.

Embora seja comum faltar com higiene odontológica durante os nove meses de gravidez pela maior sensibilidade da gengiva, Chedid aponta estudos que mostram que, se a saúde bucal não for bem acompanhada e bem cuidada, pode resultar até mesmo num parto prematuro. “É algo que vem sendo estudado, mas uma maior infecção na gengiva pode influenciar para que o bebê nasça antes do tempo natural”, explica a especialista.

Além disso, há outras características que influenciam ainda mais o desenvolvimento de cáries, por exemplo. Segundo a odontopediatra clínica Cintia Schames, de São Paulo, a maior frequência alimentar – e a consequente falta de higiene – e os vômitos comuns ao início da gravidez também podem colaborar para a piora dos dentes, mas se forem devidamente levados em consideração, não irão afetar a saúde bucal e o problema não se tornará ainda maior.

Pré-natal odontológico

De acordo com Schames, deixar a higiene bucal em segundo plano favorece o surgimento de inflamação gengival, cáries e placas bacterianas, e por isso o acompanhamento de um profissional se torna necessário: “Ao contrário do que se pensa, a gestante deve fazer consultas de prevenção para manter a saúde”. E realizar um pré-natal odontológico é a melhor maneira para se precaver.

Chedid afirma que é no pré-natal odontológico que há condições de avaliar toda a situação salivar e gengival da mulher, e é um procedimento que deve ser iniciado o quanto antes. “Se ela tiver uma situação complicada como de periodontite, por exemplo, este problema pode se agravar ainda mais na gravidez”, explica. Porém, a especialista ressalta: qualquer problema dentário que a gestante possua, existe a possibilidade de tratamento. Com os devidos cuidados a serem relevados pelo profissional, claro.
No entanto, Schames indica que estes tratamentos sejam realizados no segundo trimestre de gestação: “No primeiro trimestre sempre há uma sensibilidade maior e no último a mulher acaba ficando desconfortável para realizar um tratamento odontológico, que precisaria ser mais rápido do que o habitual”. Porém, limpezas e check-ups podem e devem ser realizados de acordo com a necessidade da futura mãe.

Segundo as especialistas, o atendimento do dentista nesta fase da vida da mulher é essencial também para que haja um aconselhamento adequado quanto à saúde bucal do bebê que está a caminho. “Como ela está focada no filho, é o melhor momento para que ela saiba da importância da saúde bucal de si própria e, assim, cuidar corretamente da saúde bucal do bebê que está por vir”, afirma Chedid.

Sem exagerar no açúcar

Além do consumo de açúcar colaborar para a formação de cáries, Chedid conta que alguns estudos afirmam que consumi-lo durante os cinco últimos meses de gestação pode colaborar para que a criança tenha preferência pelo doce antes mesmo de nascer. “Por esta razão orientamos a mãe a reduzir o consumo deste alimento durante este período, mas quando o bebê nascer ela também precisará assegurar que o consumo de açúcar do bebê não seja exagerado”, conta a especialista.

Chedid ainda explica que, com a orientação correta, as futuras mães irão obter mais informações sobre como cuidar da saúde bucal da criança que irá chegar e assim, ao manterem a própria higienização bucal dentro da rotina, saberão seguir a conduta adequada com os filhos. “Ela saberá o que deve ser feito e se sentirá muito mais segura para passar isso ao filho, porque já mantém a higiene bucal com a devida preocupação”, completa.

Fonte: delas.ig.com.br

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