quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Exames pré-concepcionais (antes da gravidez)


Os exames pré-concepcionais, como o próprio nome diz, são feitos antes que a mulher engravide. Eles servem para descobrir condições que possam afetar a saúde da mãe ou o futuro bebê. Dessa forma, é possível tratar e prevenir problemas.
Estes são os exames indispensáveis que toda mulher deveria fazer antes de pensar em engravidar.

Hemograma completo - para avaliar as condições gerais de saúde da mãe e a necessidade do uso de vitaminas.

Tipo sanguíneo e fator RH - o RH é uma proteína que pode ou não estar presente no sangue. Mulheres RH negativo podem ter filhos RH positivo (se o pai tiver o fator RH positivo). Nessas condições, o contato com o sangue do bebê, principalmente na hora do parto, pode fazer com que a mulher desenvolva anticorpos (células de defesa) para o RH, o que pode prejudicar uma segunda gestação se o outro bebê também for RH positivo. A solução para o problema é fazer a vacina de imunoglobulina anti-RH, capaz de reduzir este risco para próximo de zero.

Glicemia de jejum – revela a presença de Diabetes Melittus ou aponta o risco de desenvolver a doença, mesmo que a mulher não tenha nenhum sintoma. É um exame muito importante, uma vez que o diabetes pode aumentar os riscos de má formação no bebê (principalmente no coração) e de abortos espontâneos. Isso sem falar nas complicações para a saúde da mãe, que são muitas.

Urina – importante para detectar a presença de bactérias na urina, ainda que a mulher não sinta nada e também para que o diagnóstico de infecções urinárias. Quando não são tratadas, podem causar contrações uterinas e desencadear um parto prematuro.

Fezes – as parasitoses intestinais podem causar a perda de ferro pelo organismo, elemento importante para a formação do feto e para a saúde da mãe.

 Exames sorológicos

Rubéola – é uma doença viral muito comum e não causa maiores complicações fora da gravidez. Se a mulher é contaminada durante a gravidez, a coisa muda e a rubéola passa a ser muito perigosa. Ela pode causar problemas sérios no futuro bebê, como cegueira, surdez e outras má formações, caracterizando a Síndrome da Rubéola Congênita. E pensar que uma simples vacina conta a rubéola (a tríplice viral) pode acabar com esse problema.

Por isso, mulheres que não tem imunidade contra a rubéola, vista no exame de sangue, devem ser vacinadas, no mínimo, um mês antes de engravidar. Aquelas que foram vacinadas ou tiveram a doença e apresentam anticorpos no sangue para rubéola (fração IGG) são consideradas imunes e, portanto, sem riscos de transmissão.

Citomegalovírus – é um vírus da família do herpes e os sintomas da infecção são variáveis, podendo até mesmo passar despercebido. Na fase aguda, pode aparecer febre, dor de garganta, aumento dos gânglios do corpo, do baço e do fígado. Se a mulher pega essa infecção grávida, existe chance de passar para o bebê e causar problemas.

A infecção por citomegalovírus na gestação é a principal causa de retardo mental nas crianças. Infelizmente não existe um tratamento para cura e nem vacinas para evitar a contaminação. As mulheres que nunca tiveram contato com esse vírus são as que devem ter mais cuidado, pois não tem imunidade.

Toxoplasmose – causada por um protozoário chamado toxoplasma gondii é uma doença transmitida através do contato com fezes de animais (principalmente os gatos) e da ingestão de carne crua contaminada. Se a mulher é contaminada durante a gravidez também pode trazer sérias complicações para o futuro bebê, apesar de existir tratamento para diminuir essa chance.

Essa doença é facilmente detectada através do exame de sangue. Mulheres que têm os anticorpos no sangue (fração IGG) não precisam se preocupar, pois estão imunes. Aquelas que não têm anticorpos devem lavar sempre muito bem as mãos, evitar manipular fezes de animais e mexer com terra, além de ficar longe dos sushis, sashimis, carpaccio, quibe cru e outras iguarias cruas.

Hepatite B – saber se a mulher é imune ou não a hepatite B é fácil. Basta dosar os anticorpos no sangue. As que estão protegidas não precisam se preocupar, pois não há risco de transmissão. As mulheres que não tem anticorpos da hepatite B no sangue devem ser vacinadas, preferencialmente antes de engravidar. Não há registros de que o vírus da hepatite B cause má formação nos fetos, mas ele pode ser transmitido ao bebê na hora do parto, caso a mãe seja portadora do vírus. Nesse caso, depois de nascer, o bebê é vacinado e recebe imunoglobulina da hepatite B, que funciona como um “antídoto” contra o vírus.

Sífilis – é uma doença sexualmente transmissível e pode ter importantes repercussões para a saúde da mãe e do bebê. O tratamento é bem simples, à base de antibióticos e quando diagnosticada e tratada corretamente antes da gravidez, os riscos de transmissão são eliminados, a não ser que a mulher seja novamente infectada.

Se a mulher engravida com a doença ou é contaminada durante a gravidez, existem grandes riscos de abortamento espontâneo e óbito intra-uterino. Por atravessar a placenta e contaminar o bebê, a sífilis também pode causar diversas má formações, a chamada sífilis congênita que é considerada um grave problema de saúde pública.

HIV – é o vírus causador da AIDS. A mulher que é portadora do HIV pode transmitir o vírus para o bebê durante a gravidez, parto e amamentação. Por isso esse exame é tão importante, não somente no pré-concepcional, como também durante o pré-natal. Quanto mais cedo se descobrir o problema, maiores são as chances de um tratamento eficaz. Hoje, com os medicamentos utilizados para prevenir a transmissão vertical (da mãe para o bebê) é possível reduzir as chances de contaminação para menos de 3%.

Consulte sempre o seu ginecologista para que ele solicite todos os exames necessários para avaliar a sua saúde.

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